segunda-feira, 1 de março de 2010

As mudanças na ASP para 2010/2011

É impressionante a confusão na internet e na mídia impressa a respeito das mudanças no tour mundial a partir deste ano - sobram comentários equivocados e informações contraditórias em sites, blogs e até transmissões. Em parte obra da própria ASP, que se pronuncia a respeito de forma tímida, talvez porque não tenham muita certeza sobre o teor das mudanças e suas consequências.

Para ilustrar, vale lembrar como o anúncio foi feito em dezembro do ano passado: em partes e por diferentes interlocutores. Primeiro, o site da ASP anunciou uma entrevista do Brod Kerr na Surfline sobre o assunto; em seguida, foi a vez de Al Hunt escrever sobre a pontuação nos eventos; e porfim, apenas no final de mês, foi publicado um comunicado mais amplo, mas ainda com indefinições.

Depois disso, a ASP inovou o layout do site, com algumas mudanças: rebatizou seus rankings (mas manteve dois, o World Tour e o World Ranking), e separou os eventos Primes dos WQS (chamados agora de Stars/estrelas), criando um terceiro calendário. Faltou o principal: uma chamada em destaque para explicar as novas regras.

Em resumo, o que me parece claro e o que está pendente:

Este ano não entra mais ninguém no tour. A elite vai apenas diminuir, de 45 para 32, após Teahupoo (quinta das dez etapas, em setembro). Com a exclusão dos 13 piores do ranking no meio da temporada, as cinco etapas restantes terão 36 competidores (sendo quatro convidados). Uma dúvida que tenho é se haverá mudança no formato dos eventos.

2010 é um ano de transição, e quem está no WQS só poderá entrar na elite em 2011. Claro que será mais difícil chegar ao Dream Tour: o bonde ficou menor (veja a fórmula abaixo) e a pontuação dos eventos Primes dobrou em relação aos outros WQS.

Fórmula para a elite em 2011 (32 competidores):
22 pelo WT (antes eram 27) + 10 pelo WQS (antes eram 15)

O título mundial será decidido apenas pelos eventos do World Tour. Tanto neste quanto nos próximos anos, os eventos Prime e demais WQS não poderão integrar os oito resultados de cada surfista para efeitos de título.

O ranking único só valerá de fato a partir de 2011. E seguirá os moldes do adotado no tênis pela ATP: servirá de base para definir os classificados para cada evento; contará as oito melhores pontuações de cada surfista, em eventos de qualquer tipo - World Tour, Primes, WQS; cada resultado terá um ano de "validade"; e a lista de classificados será atualizada periodicamente, de acordo com o ranking.

As duas principais pendências na nova regra são a proporção de pontos entre WT, Primes e WQS, e a periodicidade com que a lista de classificados será atualizada. No momento, uma vitória em um Prime equivale à uma semifinal no WCT. E a ASP estima que os classificados serão atualizados a cada três meses (ou três eventos WT), garantindo a tão desejada dinâmica entre os integrantes da elite.

Como este é o ano da transição, é melhor aguardar antes de comentar. Mas cabe uma observação: anunciaram um ranking único, mas continuarão existindo dois: o que define os classificados para o WT, contando todos os circuitos; e o que define o título, só com resultados do WT.

Está confuso, mas ainda prefiro os circuitos da ASP ao "tour rebelde do Slater", esse sim uma incógnita total.

Um comentário:

  1. Finalmente alguém para esclarecer um pouco essa confusão que a ASP criou com essas mudanças.

    Valeu Gustavo. Ganhou mais um fã!

    Abraço,
    Daniel

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