sexta-feira, 12 de junho de 2009
Mineirinho e Trent Munro
O quarto elemento
Li na renovada revista Hardcore de maio um bate-pronto em que Adriano de Souza cita quatro ídolos: Kelly Slater, Andy Irons, Mick Fanning e Trent Munro.
Trent Munro?
O que levou Mineiro a incluir um australiano que nunca foi top 5 em uma lista tão ilustre? Curioso, resolvi apurar o que consta no blog e adjascências sobre ele.
Trent é de 1978, começou a pegar onda aos seis e no décimo ano largou os estudos para competir. Campeão australiano junior em 1997, na temporada seguinte encarou o WQS. Fraturou o tornozelo, meses depois venceu o primeiro campeonato que entrou, um 4 estrelas no Japão.
Só voltou a vencer em 2000 (outro 4 estrelas, na praia Mole, com Flávio Padaratz de vice), quando ingressou no WCT, após terminar o Qualifying em 13º. Seu ano de estréia na elite foi o abreviado pelo 11 de setembro - houve apenas cinco etapas. Foi campeão de uma delas - o Rio Surf International, no Arpoador - e escolhido Rookie of the Year. Desde então, somente Bobby Martinez venceu uma etapa do WCT no ano de estréia.
Em 2002, segundo ano na elite, Munro contundiu o joelho em Trestles. Perdeu a segunda metade da temporada, mas já havia pontuado o suficiente para se manter pelo WQS (terminou em 10º).
No ano seguinte, afinal, competiu em todas as doze etapas e manteve-se na elite pelo WCT, em 24º. Teve mais sucesso no Qualifying: venceu três etapas - Maldivas, Lacanau e Hossegor (as duas últimas seguidas, feito repetido por Adriano em 2007) - e terminou em segundo no ranking; o título ficou com Neco Padaratz.
Depois de um 2004 frustrante (30º no WCT, salvou-se com o 13º lugar no Qualifying, sem vencer nenhum evento), deu a volta por cima em 2005, com sua segunda vitória no WCT, no Rip Curl Pro (transferido de Bells Beach para Phillip Island). Terminou o ano em 6º na elite, ápice de sua carreira.
Ficou nisso. No ano seguinte, caiu para 28º, a última vaga. Eleito duas vezes pelos próprios competidores o surfista mais subestimado do circuito, aposentou-se em 2007, após sete temporadas e duas vitórias no WCT, e dez temporadas e cinco vitórias no WQS. Encerrou o ano de despedida em 41º.
Não é desmerecer o australiano, mas em termos de resultados, considerando a expectativa da torcida brasileira, é melhor o Mineiro espelhar-se nos outros três.
Referências no Lat 34, no World Pro Surfers e na Academia.
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