Marco Polo, Praia Brava
Há quem adore o WCT e não veja graça no SuperSurf, porém, quando o circuito brasileiro tem uma etapa em ondas cavadas de dois metros, condições difíceis que forçam o uso de jet skis, ao mesmo tempo que o mundial rola em meio metro mexido na França, para mim ao menos não é tão fácil escolher a qual webcast dar prioridade.
Como de hábito desde a criação do SuperSurf, a decisão do título brasileiro ficou para a última etapa, no Rio de Janeiro, entre 30 de outubro a 2 de novembro. Nove surfistas têm chances: Jano Belo, Messias Félix, Pedro Henrique, Tânio Barreto, Willian Cardoso, Daison Pereira, Rudá Carvalho, Odirlei Coutinho e Marco Polo.
Este é o quarto ano seguido que o SuperSurf é decidido na Barra da Tijuca. E um precedente que bota pressão nos candidatos é que, nos três anteriores, o campeão do circuito chegou também à final do evento (e apenas Gustavo Fernandes perdeu). Interessante que essas três edições passadas tiveram um carioca na final. [Veja todos os 53 eventos SuperSurf entre 2000 e 2009]
O atual número de nove candidatos com chances iguala o da estréia do circuito, em 2000, quando Peterson Rosa conquistou o tri, mesmo perdendo na Vila de Imbituba ainda no sábado. Nas nove temporadas concluídas do SuperSurf, em cinco havia menos postulantes reais na última etapa e em 3 havia mais. Veja a lista:
2008 - 12 tinham chance
2007 - 5
2006 - 2
2005 - pelo menos 4
2004 - 3
2003 - 13
2002 - pelo menos 11
2001 - 4
2000 - 9
O blog tem um resumo das decisões do SuperSurf.
Dos atuais concorrentes, o único dos nove que já foi campeão é o Tânio Barreto, em 2001. E Odirlei Coutinho tem três vice-campeonatos. [Veja a lista completa de Campeões Brasileiros de 1987 a 2008]
Três estados podem celebrar um título inédito: Santa Catarina, único que tem chance com dois nomes, Ceará e Rio Grande do Sul. Os outros estados representados - Paraíba, Alagoas, Bahia, Rio de Janeiro e São Paulo - já fizeram campeões nacionais. Com Pedro Henrique, os cariocas podem empatar na contagem geral com os paulistas - dos 22 títulos disputados entre 1987 e 2008, 6 foram para São Paulo, 5 para o Rio de Janeiro e 4 para o Paraná. Veja a contagem por período:
5 títulos do período do antigo Circuito da Abrasp (1987-1991)
3 para São Paulo
1 para Bahia e Rio de Janeiro
8 títulos do período WQS Brasil + Abrasp + Regionais (1992-1999)
2 para São Paulo e Paraná
1 para Bahia, Rio Grande do Norte, Rio de Janeiro e Paraíba
9 títulos do período SuperSurf (2000-2008)
3 para Paraná* e Rio de Janeiro
1 para São Paulo, Alagoas e Paraíba
Essa contagem inclui o bicampeonato do Jihad Kohdr em 2007, que foi parar nos tribunais e não sei como acabou.
Porfim, se não rolar o bi do Tânio Barreto, teremos um 15º nome na lista de campeões brasileiros. Até o ano passado, 14 surfistas conquistaram o título nacional (total de 22 edições): o paranaense Peterson Rosa é o único tricampeão brasileiro (1994, 99 e 2000) e seis alcançaram o bicampeonato: o baiano Jojó de Olivença (1988 e 92); o paraibano Fábio Gouveia (1998 e 2005); o carioca Leonardo Neves (2002 e 2003); os paulistas Tinguinha Lima (1990 e 93) e Ricardo Toledo (1991 e 95); e o sexto em 2007, ano em que o título ficou com Jihad Kohdr ou Renato Galvão, a saber (após ser campeão, Jihad não compareceu ao exame anti-doping e foi punido com a perda da pontuação da última etapa, caindo para vice; porém ele recorreu na Justiça).
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