segunda-feira, 21 de setembro de 2009
Pauta para o surfe brasileiro
Willian 2009 pode igualar Jihad 2007
Para quem desconhece a história, uma breve introdução: desde a estréia em 1976, o circuito mundial cresceu gradualmente em número de etapas, até passar de vinte nos anos 1980. A decisão do título tornou-se uma maratona em que empenho pesava tanto ou mais que talento. Em 1992, mudou-se isso com a divisão em dois circuitos: um com restrição de participantes, para decidir o título mundial (o WCT), e um de acesso, aberto, com dezenas de eventos e um ranking qualificatório para a divisão principal (o WQS).
Muitos países - inclusive o Brasil - transformaram seus circuitos nacionais em etapas do WQS. Com um porém, óbvio: como os eventos que decidiam o título nacional começaram obrigatoriamente a aceitar estrangeiros, estes passaram a ter grande influência na definição do campeão.
No Brasil, isso mudou em 2000, quando foi inaugurado o SuperSurf, circuito brasileiro nos moldes do WCT (restrito a pré-classificados). O SuperSurf completou este ano uma década de existência. Mas de tempos em tempos ressurge na mídia a antiga polêmica: o circuito fechado é bom ou ruim para o surfe brasileiro?
Este blog já abordou o assunto superficialmente (aqui e aqui).
Com a constatação óbvia de que o circuito "fechado" possibilita uma carreira nacional mais sólida (talvez rentável) para quem não tem pretensão de chegar ao WCT. Por outro lado, pode-se criticar a "dispersão" de investimentos ou recursos - fosse um circuito só, a perna brasileira do WQS seria mais forte e, com ela, o intercâmbio e a presença brasileira no circuito mundial.
As duas teses tem entidades que defendem seus pontos de vista, mas esta é uma pauta interessante para a imprensa nacional aprofundar o debate, ouvindo também os competidores.
Este ano, o único surfista com chances de conquistar tanto o título brasileiro quanto uma vaga no WCT - como Jihad Kohdr em 2007 - é o catarinense Willian Cardoso. Os demais postulantes ao título nacional não constam entre os top 100 do WQS; e, de fato, além dele nenhum dos cerca de vinte brasileiros com maiores chances de chegar junto na reta final do Qualifying está entre os top 10 do SuperSurf.
Como o assunto diz respeito primordialmente aos surfistas profissionais, creio que cabe a eles opinar sobre o que é melhor: um circuito nacional restrito e rentável ou mais oportunidades no circuito mundial, com concorrência estrangeira?
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