É impressionante a confusão na internet e na mídia impressa a respeito das mudanças no tour mundial a partir deste ano - sobram comentários equivocados e informações contraditórias em sites, blogs e até transmissões. Em parte obra da própria ASP, que se pronuncia a respeito de forma tímida, talvez porque não tenham muita certeza sobre o teor das mudanças e suas consequências.
Para ilustrar, vale lembrar como o anúncio foi feito em dezembro do ano passado: em partes e por diferentes interlocutores. Primeiro, o site da ASP anunciou uma entrevista do Brod Kerr na Surfline sobre o assunto; em seguida, foi a vez de Al Hunt escrever sobre a pontuação nos eventos; e porfim, apenas no final de mês, foi publicado um comunicado mais amplo, mas ainda com indefinições.
Depois disso, a ASP inovou o layout do site, com algumas mudanças: rebatizou seus rankings (mas manteve dois, o World Tour e o World Ranking), e separou os eventos Primes dos WQS (chamados agora de Stars/estrelas), criando um terceiro calendário. Faltou o principal: uma chamada em destaque para explicar as novas regras.
Em resumo, o que me parece claro e o que está pendente:
Este ano não entra mais ninguém no tour. A elite vai apenas diminuir, de 45 para 32, após Teahupoo (quinta das dez etapas, em setembro). Com a exclusão dos 13 piores do ranking no meio da temporada, as cinco etapas restantes terão 36 competidores (sendo quatro convidados). Uma dúvida que tenho é se haverá mudança no formato dos eventos.
2010 é um ano de transição, e quem está no WQS só poderá entrar na elite em 2011. Claro que será mais difícil chegar ao Dream Tour: o bonde ficou menor (veja a fórmula abaixo) e a pontuação dos eventos Primes dobrou em relação aos outros WQS.
Fórmula para a elite em 2011 (32 competidores):
22 pelo WT (antes eram 27) + 10 pelo WQS (antes eram 15)
O título mundial será decidido apenas pelos eventos do World Tour. Tanto neste quanto nos próximos anos, os eventos Prime e demais WQS não poderão integrar os oito resultados de cada surfista para efeitos de título.
O ranking único só valerá de fato a partir de 2011. E seguirá os moldes do adotado no tênis pela ATP: servirá de base para definir os classificados para cada evento; contará as oito melhores pontuações de cada surfista, em eventos de qualquer tipo - World Tour, Primes, WQS; cada resultado terá um ano de "validade"; e a lista de classificados será atualizada periodicamente, de acordo com o ranking.
As duas principais pendências na nova regra são a proporção de pontos entre WT, Primes e WQS, e a periodicidade com que a lista de classificados será atualizada. No momento, uma vitória em um Prime equivale à uma semifinal no WCT. E a ASP estima que os classificados serão atualizados a cada três meses (ou três eventos WT), garantindo a tão desejada dinâmica entre os integrantes da elite.
Como este é o ano da transição, é melhor aguardar antes de comentar. Mas cabe uma observação: anunciaram um ranking único, mas continuarão existindo dois: o que define os classificados para o WT, contando todos os circuitos; e o que define o título, só com resultados do WT.
Está confuso, mas ainda prefiro os circuitos da ASP ao "tour rebelde do Slater", esse sim uma incógnita total.
Finalmente alguém para esclarecer um pouco essa confusão que a ASP criou com essas mudanças.
ResponderExcluirValeu Gustavo. Ganhou mais um fã!
Abraço,
Daniel