quinta-feira, 25 de março de 2010
Bells Beach segundo o Datasurfe
Na próxima semana começa o Rip Curl Bells Beach, segunda etapa do WT; e o Datasurfe publica seu dossiê sobre o segundo campeonato mais antigo do tour (o Pipemasters estreou dois anos antes).
Dois conteúdos podem interessar a quem busca o básico ou inspiração para o HiScore/Fantasy Team: a primeira é a lista de campeões das 37 edições do evento (inaugurado em 1973, três anos antes do circuito mundial).
23 surfistas - Michael Peterson, Jeff Hackman, Simon Anderson, Mark Richards, Joe Engel, Cheyne Horan, Tom Curren, Tom Carroll, Nicky Wood, Damien Hardman, Martin Potter, Barton Lynch, Richie Collins, Kelly Slater, Matt Hoy, Mark Occhilupo, Shane Dorian, Sunny Garcia, Mick Fanning, Andy Irons, Joel Parkinson, Trent Munro e Taj Burrow - já tocaram o sino. Quem não gostaria de adicionar seu nome a essa lista?
A galeria de campeões tem 15 australianos e 8 estrangeiros. Nove dos 23 repetiram o feito ao menos uma vez: MR tem quatro títulos; MP, Sunny e Slater três cada. E houve cinco bicampeões: Simon Anderson, Curren, Hardman, AI e Parkinson.
O Rip Curl Classic traz sorte a seus vencedores? Discutível. Seis dos 23 citados conquistaram o título da temporada após vencer em Bells. Richards tocou o sino em três de seus quatro mundiais; Curren, Potter, Slater, Sunny e Irons também o fizeram.
Fato em destaque para quem faz apostas: os principais favoritos desta temporada já venceram aqui - Burrow, Fanning, Parkinson e Slater - e apenas mais um dos atuais top 45 tocou o sino: Andy Irons, que soma dois títulos em quatro finais. Bede Durbidge foi vice uma vez.
Outra postagem útil aos apostadores é o retrospecto brasileiro em Bells, que não é dos melhores, comparado com as demais etapas. Houve um vicecampeonato - de Teco Padaratz, em 2000; duas semifinais (Teco/1993 e Peterson Rosa/1998); e duas quartas-de-finais (Renan Rocha/2002 e Guilherme Herdy/2003). Em edições recentes, só resultados frustrantes: desde 2003 nenhum brasileiro passa das oitavas.
Chegar às oitavas-de-final, por sinal, foi melhor resultado em Bells dos dois representantes brasileiros mais experientes no tour: Adriano de Souza e Neco Padaratz, ambos em 2008. Jadson André e Marco Polo vão estrear este ano.
No ano passado, houve quatro dias de competição em Bells e Winkipop, com ondas variando de 2 a 7 pés. Foi usado o novo formato, sem repescagem, pela primeira vez no tour - e rendeu protestos. Dane Reynolds, Slater, Taj, Durbidge caíram na estreia. O único brasileiro que não perdeu de primeira foi Jihad Kohdr, que passou apenas uma fase. De Souza vinha do vice em Snappers e foi eliminado por Drew Courtney em uma bateria apertada em Winkipop (Lewis Samuels ironizou as notas altas que Courtney recebeu por seus floaters). Slater foi eliminado pelo wildcard Owen Wright, repetindo Gold Coast, quando caiu para Julian Wilson - um prenúncio de como terminaria sua campanha. Outro wildcard - o trialista Adam Robertson - chegou a final e foi batido por Parkinson, que assim manteve os 100% na temporada.
É este o feito que Taj Burrow buscará repetir este ano: duas vitórias seguidas na largada, fato alcançado 11 vezes na história da ASP.
No passado, Bells foi palco de edições memoráveis. A mais famosa certamente é a de 1981, que começou com ondas de 12 a 15 pés (no chamado Large Saturday), e na qual Simon Anderson alcançou a primeira de suas três conquistas no ano, consagrando as triquilhas e mudando o design de pranchas para sempre.
Certamente houve outras. Como a primeira final de Carroll no tour em 1982. A conquista do primeiro título mundial de Curren em 1986 - quando fez uma semifinal com Occy, considerada "a melhor bateria homem-a-homem até então". A primeira decisão entre trialistas em 1987 - quando Nicky Wood, então com 15 anos, debutou no alto do pódio. A estréia do WCT e do formato round robin em 1992. A primeira vitória de Mick Fanning no tour, como wildcard, em 2001.
Como 2010 é um ano dito histórico desde antes de começar, torçamos que Bells faça jus a sua tradição.
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