The big kahuna: Preocupação com os outros, coragem na adversidade, humildade na vitória, espírito esportivo na derrota.
Embaixador do Hawaii, pai do surf moderno, apontado surfista de século pela Surfer, Duke Paoa Kahanamoku foi um personagem ímpar na história do surfe. Segundo seu biógrafo Joseph Breman, ele representou o Hawaii no sentido mais nobre. Mais que reconhecimento a sua terra natal, ajudou a resgatar a auto-estima de um povo de história milenar, subjugado por quase um século.
Nascido em 1890 em uma rara família 100% havaiana, Duke tinha grande aptidão para o mar, natural traço ancestral polinésio. Desenvolveu jovem uma técnica peculiar de natação que incluía o chamado kahanamoku kick e que lhe dava grande vantagem sobre os demais.
Em 1911, estreou em uma prova em Honolulu com recordes tão abaixo dos vigentes, que os resultados foram contestados. No ano seguinte repetiu os feitos em excursão pelo continente e ganhou vaga para a Olimpíada em Estocolmo, onde bateu o recorde mundial dos 100m e recebeu a medalha de ouro do rei da Suécia.
Ele voltaria a ser campeão olímpico dos 100m (com novo recorde) após a Primeira Guerra Mundial, nos Jogos da Antuérpia, em 1920; foi então condecorado pelo rei da Bélgica. Seria enfim superado em 1924, em Paris, por Johnny Weissmuller (o primeiro Tarzan).
Apesar do sucesso olímpico, Duke conviveu com a limitação de recursos boa parte da vida. Trabalhou na nascente indústria cinematográfica de Hollywood, em papéis disponíveis à época em filmes norte-americanos para alguém de sua etnia. Rebateu racismo com aloha, e na maturidade alcançou o devido reconhecimento.
Em suas excursões, fez demonstrações de surfe que plantaram a semente do secular esporte havaiano pelo mundo.
Em fevereiro de 1915, na Austrália, inconformado que o surfe não era praticado em um lugar com tantas ondas, fez uma prancha e surfou diante de uma multidão em Harbour Beach (então Freshwater). Foi o marco zero do surfe australiano.
Fez demonstrações também nos EUA, na Europa e na Nova Zelândia, muitas vezes de tandem (levando alguém de carona). Teve contato com celebridades e nobrezas de diferentes países, tendo ele mesmo descendência nobre. Em 1920, ensinou o príncipe Albert a surfar em Waikiki.
Algumas de suas histórias são míticas.
Em 1917, surfou uma onda de mais de 20 pés que começou em Castles, passou por Public Bath, Cunha Surf e terminou em Queens - mais de dois quilômetros.
Em 1925, estava em Corona del Mar, na Califórnia, quando o mar revolto emborcou um barco pesqueiro. Das 17 pessoas a bordo, 12 sobreviveram, 8 salvos por Duke, único que conseguiu varar a arrebentação três vezes seguidas com sua prancha.
A papa nui (tradicional prancha havaiana de madeira) que usava na juventude tinha quase cinco metros e pesava mais de 50 kg. Não tinha quilha e a rabeta era quadrada.
Com a maturidade, estabilidade. Em 1934, foi eleito County Sheriff em Honolulu como democrata; casou-se em 1940 e tornou-se republicano. Estava no ofício em dezembro de 1941, quando Pearl Harbour foi bombardeado; afastou-se em 1961.
Em 1965, criou Duke Team, com Paul Strauch, Joey Cabell, Fred Hemmings e Butch Van Artsdalen. No mesmo ano, Sunset Beach passou a sediar um evento anual em sua homenagem, o Duke Kahanamoku Invitational.
Duke morreu em 1968; foi cremado e suas cinzas jogadas ao mar em Waikiki.
Referências: Duke - The life story of Duke Kahanamoku, de Joseph Breman
Answers.com / Legendary Surfers / Surfline / Duke Foundation /Wikipedia
Obrigada=P
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